Letalidade policial e seletividade penal: reflexões produzidas por corpos matáveis
Este livro é um grito de alerta contra a violência da ação policial no Brasil. Uma pesquisa ampla e consistente que exibe os contornos mais nítidos – e questionáveis – de uma polícia letal, seletiva e racista. É, por que não, um retrato pungente do país, sob a ótica de um dos seus problemas mais graves e longevos: a vulnerabilização de vidas negras. Se tal problema se expressa nas desigualdades socioeconômicas, no ódio e no racismo nosso de cada dia, também é parte inerente, ao mesmo tempo causa e efeito, de uma divisão perversa forjada e sustentada pelo próprio Estado brasileiro. Trata-se daquela divisão que, encoberta pelo manto (ou mito) da democracia racial, separa corpos brancos e negros, oferece-lhes direitos e reconhecimento desiguais, admite de maneira distinta o papel que lhes cabe na sociedade. É uma obra que reconstitui um conjunto de evidências de que não, nem todos, todas e todes são iguais perante a lei, a justiça, as instituições. A uns o Estado se prontifica a servir e proteger; a outros, este mesmo Estado se prontifica a perseguir e matar.
A rudeza do título traduz a essência do livro. Letalidade policial e seletividade penal: reflexões produzidas por corpos matáveis é fruto de um esforço coletivo de integrantes da Rede Liberdade, com subsídios de organizações e escritórios parceiros, para descortinar e analisar o padrão de comportamento da polícia frente a pessoas negras.
Leia o livro editado pela Rede Liberdade